quinta-feira, 16 de julho de 2009

Momento dramático de depressão pós-viagem O.o

É estranho quando voltamos de uma viagem, quando realizamos um sonho, este hiato que fica até que encontremos um novo sonho.
E é igualmente triste constatar que nos vendemos oito horas por dia, quando não mais, para pagar por nossa sobrevivência e, quando temos sorte, guardar um pouco para sonhar.
Enfim, percebemos o quanto estamos emaranhandos ao modo de viver capitalista, e quando nosso dia é feliz dizemos que ele foi produtivo. O.o Veja só que absurdo!!!

Converso com meus botões: "-Sera que os povos feudais, ou das terras ermas sem governo, ou os bretões, anglos, saxões e pictos eram mais felizes?" Há uma tendência em glorificar o passado, como se as vidas desdentadas de nossos antepassados fossem melhores que a nossa.
As vezes penso que sou realmente uma pessoa feliz, apesar de um pouco entediada neste século sem deuses. Mas, não vou me permetir supor que seria mais feliz plantando meu alimento. Camponeses não viajam. Guerreiros cruzavam muitas terras, em busca de mais terras, espólios de guerra e escravos. Eu também não serviria para guerreiro.
Então não posso maldizer a época que eu vivo, e tenho que admitir que viajar preenche o vazio de nosso tempo, daqueles que não se preocupam com o inimigo espreitando o gado e com a peste que chega pelas águas do rio...

Viajar é um dos sonhos do proletário aprisionado pela labuta (aqui, onde me incluo), de todo capitalista aprisionado igualmente por seu meios de produção (aqueles que só acumulam e não usufruem), época tediosa a nossa.

E lendo a Caros Amigos desse mês percebi que não estou com paciência para discurso de esquerda, nem para discurso de direita... Não temos mais heróis, nem ideais, nem religião, nem juramentos. Nada que nos aplaque o buraco no peito.

Ainda temos o ideal do amor romântico, ainda bem. E ouvi dizer em algum lugar que os relacionamentos são a nova religião (deve ser verdade pelas conversas infindáveis que escuto sobre o assunto...)

Eu estou aqui atrasada para o trabalho, filosofando em vão, sem saber se dou entrada em um apErtamento para preencher a vida com brigas e conflitos imensos sobre qual a melhor decoração, ou se subo o kilimanjaro para encontrar deus, o céu, a mim mesmo, ou uma tendinite daquelas...

E sei que não teria tempo para tanto se estivesse defendendo minha fronteira ou arando o campo...


Vida besta essa...

15 minutos pra chegar no trampo e estou enrolada na toalha. merda!

comentário pós-momento dramático: Eu me esforço para não transformar este blog em um diário das minhas emoções conflituosas, me esforço para manter o foco. Mas, hoje não deu.
Acho a discussão pertinente, pois muita gente olha esbugalhada para nós viajantes por termos decidido conhecer o mundo, antes de termos a casa própria, antes de termos um carro... Digo que é uma opção, que cada um sabe de si. Contudo, não é uma escolha isenta de culpa, pois nos rebelamos contra o ideal ditado por nossos pais e avós.

Apesar do momento dramático, continuo defendendo minha opção. Prefiro o mundo como meu quintal!!! Claro, se der compro uma cafofo pra mim... Ainda não decidi a questão do Kilimanjaro...rsrsrs

7 comentários:

  1. É aí q dizem: "A ignorância é uma bênção". Sabe, ainda me pergunto se o desespero de saber mais do mundo e de algumas coisas vale a pena. E ainda me respondo: CLARO Q VALE! É assim q o mundo fica cada vez mais extraordinário pq a gente enxerga as belas, ou horríveis coisas em qq lugar. A gente sabe apreciar. E eu ando preocupada é com a educação no país. Bem preocupada. É muita ignorância e não se sabe como resolver. Eu já mandaria logo todo mundo mochilar! ha!ha!raai!
    Beijo na irmã.

    V for Verônica

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  2. Oi Simone, adorei seu blog!!!! Linkei no meu pelasbandasdela.blogspot.com

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  3. Maldito mundo capitalista.....
    Mas enfim, deixar a mente livre de vez em quando é muito bom.
    Fale, escreva, dance, cante, grite....
    Bjooooos!

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  4. Pois é, Verônica, eu também não consigo imaginar uma solução para a educação do país... Eu preciso dizer que estudei minha vida toda em escola pública e isso não me prejudicou. Creio que a escola tem que ser mais interessante para o aluno, já é um bom começo. A idéia das viagens é legal.

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  5. Júnior, eu não estava falando mal do capitalismo, não. Ao contrário, infelizmente. Pelo menos na questão viagens, se o mundo fosse radicalmente igualitário, não iríamos ter muitas viagens de férias...

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  6. Nossa, eu tô passando exatamente isso...rs!

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